Conferência da América Latina e do Caribe Dilemas da Humanidade

Conferencia DoH LATAM

A Conferência Dilemas da Humanidade América Latina e Caribe foi realizada na Recoleta, em Santiago do Chile, de 2 a 4 de setembro, com a participação de mais de 200 ativistas, líderes políticos e intelectuais de 23 países. A conferência foi organizada pela ALBA Movimientos, uma articulação regional que faz parte da Assembleia Internacional dos Povos, e contou com a participação de mais de 100 organizações de toda a região.

A data e o local escolhidos para a conferência comemoram o 53º aniversário da vitória da Unidade Popular e do Presidente Salvador Allende no Chile, em 4 de setembro. Já em 11 de setembro, lembramos o 50º aniversário do golpe de Estado sofrido por Allende e pelo povo chileno e levantamos nossas vozes para dizer: “Nunca mais!

“Vamos nos lembrar de Allende”, apresentou o escritor, sociólogo e ex-ministro das Relações Exteriores do Peru, Héctor Béjar, no painel sobre a situação política do continente. “Vamos nos lembrar do estádio”, disse ele, já que foi lá, no Estádio Nacional do Chile, que a ditadura de Pinochet prendeu cerca de 40.000 pessoas e executou cerca de 400 entre 1973 e 1990. “Por volta da década de 1970, o governo dos EUA e as oligarquias latino-americanas tentaram nos exterminar. E aqui estamos nós. Seus filhos e netos estão aqui. As novas gerações. E isso mostra que a política de extermínio fracassou. Em 11 de setembro, celebraremos o fracasso da política de extermínio”, declarou Béjar.

Outra integrante do painel foi a cientista política peruana e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Monica Bruckmann, que analisou que: “Estamos em um momento de profundas mudanças. Nossa região da América Latina e do Caribe está mais uma vez enfrentando o grande dilema de dois projetos políticos. O da soberania, da possibilidade de pensar o futuro com base em nossas próprias visões e projetos de desenvolvimento. E a ameaça dos movimentos de extrema direita, profundamente violentos, retrógrados e reacionários”.

As experiências de construção do socialismo na região foram destacadas durante os três dias da conferência, onde os sucessos e desafios da Revolução Bolivariana na Venezuela e da Revolução Cubana puderam ser ouvidos e debatidos. “Em Cuba estamos discutindo que modelo queremos aprofundar nesse compromisso com o socialismo. Não pode ser um caminho de cansaço, exaustão ou sacrifício. Tem que ser, como é nosso compromisso nas lutas em toda a região, um caminho de beleza, liberdade e emancipação”, disse ao Brasil de Fato Llaniska Lugo, membro da Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba, que também é membro do Centro Martin Luther King em Havana.

Os três dias de atividades incluíram painéis e atividades culturais, além de debates em grupos de discussão, que se concentraram em cinco eixos: 1) construção da soberania e da unidade continental para enfrentar o imperialismo; 2) organização da classe trabalhadora; 3) batalha da cultura e das ideias; 4) defesa dos bens comuns da vida; 5) construção da democracia popular.

Essa atividade faz parte de um processo de construção de diálogos rumo ao socialismo que está ocorrendo em diferentes regiões do planeta para enfrentar as crises da humanidade e destacar as soluções que movimentos, governos e trabalhadores estão construindo para derrotar o sistema capitalista.

A Conferência #DilemasDeLaHumanidad da América Latina e do Caribe, com duração de três dias, foi uma preparação para os debates e propostas que essa região levará para a Conferência Internacional Dilemas da Humanidade, que será realizada de 14 a 18 de outubro em Joanesburgo, na África do Sul.

>> Assista ao painel “Os dilemas dos povos da América Latina e do Caribe: por que o socialismo é a nossa proposta?”

>> Assista ao painel “Como levar adiante um projeto emancipatório e de unidade em nível continental?”